4 de Setembro de 2012

A importância da gestão de pessoas

Todos que exercem algum cargo de gerência ou coordenação sabem que a parte mais difícil de todo negócio está em administrar as pessoas que trabalham nele. Para os insumos existem recursos, para maquinários há as linhas de financiamento, para os investimentos tecnológicos, reformas e melhorias temos vários créditos disponíveis no mercado. Isso tem permitido que os negócios se tornem mais bonitos, as fachadas mais atrativas e a tecnologia de ponta.

 

O grande diferencial dos negócios atualmente está nas pessoas que realizarão o serviço. Como garantir que elas trabalhem adequadamente quando não estão sendo supervisionadas? Ou que não oscilem na produtividade de maneira que não prejudiquem o resultado do trabalho?

 

Particularmente nos dias atuais enfrentamos uma geração Y, em geral pouco comprometida com seu trabalho, de produtividade baixa e ganhando salários que custam muito para o empregador, visto a carga de impostos e o paternalismo da Legislação Trabalhista Brasileira. Aquela figura do funcionário que derramava o sangue pela empresa e calcava paulatinamente degrau em degrau suas promoções parece estar em extinção.

 

Os jovens trabalhadores querem crescer rapidamente e sem muitos obstáculos e contratempos. Se não for assim, mudam de emprego sem receios ou medos e o empregador, além de pagar um preço altíssimo pelo turnover, fica com aquela sensação de não ter para onde correr e as perguntas insistem em tirar o sono: Será que perdi um grande talento? E tudo aquilo que ensinei e não colherei os resultados, meu concorrente saberá aproveitar melhor que eu? Mando embora ou engulo sapos da insubordinação e falta de comprometimento?

 

Pessoas são melindrosas, ciumentas, rancorosas e instáveis. São diferentes entre si e o desafio de somar essas diferenças para que formem uma equipe eficiente faz rebolar qualquer gestor. Tem o comprometido, mas de baixa produtividade. Tem o ágil, mas desrespeitador das normas e hierarquia. Tem o semeador de discórdia, mas querido pelos clientes. Tem o contestador, porém sabido. O atrasado, mas criativo.

 

Não há como administrar pessoas sem conhecê-las e acompanhar de perto suas performances. Então se você quer que seu negócio dê certo, a primeira regra é estar dentro dele, acompanhando de perto as pessoas que trabalham para você. A segunda regra é acompanhar a evolução dos tempos, sem chorar que já não se fazem mais funcionários como antigamente. Dance conforme a música e busque ajuda, reciclagem e formação se não estiver dando conta.

 

Tenha paciência para selecionar, seja criterioso para contratar e não economize seu tempo para treinar, ensinar e explicar as regras do local. Abra plataformas de escuta dos funcionários através de avaliações individuais periódicas, em uma conversa olho no olho do que está bom e o que deve ser melhorado. Nessa conversa, também escute com atenção o que eles acham que deve ser melhorado na empresa e na sua gestão. Conversa unilateral não é conversa, é sermão. Não demore um ano para fazer isso.

 

Dê um tempo para as coisas melhorarem e se isso não acontecer, seja ágil em demitir e começar novamente. Não sofra, nem perca tempo com a falta de compromisso ou esforço em melhorar. Premie quem merece e dê exemplos de esforço e trabalho. Quando ouvir de um garotão que foi contratado para apertar o botão da esquerda, e que apertar o da direita não faz parte da sua função, respire fundo, pegue uma vassoura e varra sua sala; uma flanela e tire pó da sua mesa; uma bandeja e leve café para seus colegas. Mostre que você cresceu na vida porque fez muitas coisas que não eram da sua função e que esperou – agindo e não sentado – pelo crescimento; que chegou e te colocou nessa posição tão desafiadora de gerir pessoas.

 

Renata De Luca, psicóloga e diretora de RH do Grupo Segurança.

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