11 de Outubro de 2012

Por uma infância mais segura

Neste 12 de outubro, Dia das Crianças, os pais podem além de mimar seus pequenos com presentes e carinhos, revisar as regras de segurança visando à proteção do bem mais precioso da família. Não se trata de alarmismo, mas um assunto tão doloroso assim – ter um filho perdido, levado por um estranho, arrancado do seio da família – às vezes apavora e nos afasta da reflexão. É odioso, é apavorante, mas acontece diariamente: crianças desaparecem, e muitas para não mais voltar. Somente no Brasil, o Governo Federal estima em 40 mil as crianças desaparecidas a cada ano, no entanto esse número pode ser bem maior, visto que há carência de registros oficiais e cruzamento de informações.

Em escala mundial, estima-se que pelo menos 8 milhões de crianças desaparecem todos os anos, 10% delas somente nos Estados Unidos, onde o Departamento de Justiça registra mais de 800 mil casos anualmente.  Assim, o problema das crianças desaparecidas é uma questão global e requer atenção de governos e órgãos de segurança pública, mas também das famílias. No Reino Unido, onde o sequestro da pequena April Jones no último dia 1º de outubro está comovendo e mobilizando a população, é estimado em 230 mil o número de crianças desaparecidas por ano.

Como April sumiu? Possivelmente levada por um homem da vizinhança, na pequena cidade de Machynlleth, no País de Gales. O suspeito Mark Bridger está detido, mas até 9 de outubro, quando escrevo este artigo, não há notícias sobre o paradeiro da menina que era conhecida dos filhos do suposto sequestrador, e inocentemente brincava em frente de casa – sem a presença de um adulto – quando foi levada por uma van.

Mas, por que crianças desaparecem? De acordo com diversas ONGs de defesa da infância, a maior causa é o tráfico de menores por quadrilhas, isso tanto no Brasil, quanto em território internacional. Isto é: são aliciadas ou sequestradas. As estatísticas também comprovam a importância dos crimes de pedofilia, muitos seguidos de morte, e há ainda os casos em que menores fogem de casa por causa de maus-tratos dos pais, prostituição infantil ou dependência química. Por não ter malícia, uma criança é vulnerável e pode ser facilmente atraída e enganada por pessoas perversas, mal intencionadas (estranhas ou até mesmo conhecidas da criança), e por isso a supervisão dos adultos é tão importante para a segurança infantil.

Assim, volto ao ponto de onde comecei: vamos tomar medidas preventivas de segurança para nossas crianças. Revisar o modo como a família protege os menores dos riscos, prestar atenção a comocom quem eles se relacionam no mundo real e virtual, e orientá-los para se preservarem são atitudes necessárias. Muitas vezes são os pais que vacilam, e vou usar como exemplos outros dois casos britânicos de repercussão internacional. Em junho deste ano, o primeiro-ministro britânico David Cameron e a esposa foram com as crianças a um restaurante e, ao partir em carros separados, esqueceram uma das filhas, de 8 anos, que estava no banheiro. Tudo terminou bem, mas o mesmo destino não teve Madeleine McCann– raptada aos 3 anos, em 2007, durante as férias da família britânica em Portugal. A menina foi levada do quarto do hotel onde dormia, enquanto os pais jantavam no restaurante a poucos metros. Madeleine nunca foi encontrada.

proteção das crianças deve ser feita pelos adultos responsáveis por elas e na maioria das vezes os infortúnios são causados pela negligencia desses adultos, que vacilam, relaxam, por achar que nada irá acontecer naquele tempinho em que a criança ficou sozinha. Menos mimos e mais juízo.

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