28 de Julho de 2014

A prevenção é a melhor precaução

Erasmo Prioste*

 

Temos sempre de ter em mente que a criminalidade nos espreita em busca da melhor oportunidade, seja nas ruas ou dentro das empresas. Isso porque, por mais que não tenhamos domínio sobre as atitudes do outro - e é o criminoso quem decide que meios usará - podemos interferir em um componente do crime: a oportunidade. Podemos diminuí-la e, assim, dificultar as ações dos bandidos.

 

No entanto, mesmo com essa possibilidade em mãos, muitas empresas decidem investir em segurança, como na contratação de vigilantes profissionais, câmeras, alarmes, monitoramento remoto ou controle de acesso, somente após uma ocorrência e que, principalmente, represente uma grande perda de bens materiais e de vidas ou prejuízo à imagem de mercado.

 

Consequentemente, a eletrônica é um dos segmentos de segurança que mais cresce no País, mas ainda estamos longe do patamar no qual poderíamos estar. As empresas precisam, cada vez mais, tomar consciência de que a precaução é a melhor das defesas. Por isso, é fundamental que elas, antes de mais nada, tenham um Plano de Gestão de Riscos Corporativos (PGRC), com a descrição detalhada das ações previstas para evitar problemas.

 

Para começar, algumas perguntas-chave devem ser feitas: quais os principais riscos aos quais a empresa está exposta? Quais os ativos expostos e quão vulneráveis estão? Quais riscos a empresa está disposta a assumir? Quais as formas de enfrentar esses riscos identificados?

 

O risco de assalto é um deles, por exemplo. Equipamentos eletrônicos de alto valor agregado (assim como armas, dinheiro, ouro e joias) interessam aos assaltantes. Outro risco é o de fuga de informação de novos projetos, os chamados riscos de TI. Resumindo, as empresas precisam identificar os riscos, analisar probabilidades e impactos, prever medidas para eliminar, mitigar, transferir ou aceitar tais riscos, monitorando e aperfeiçoando o PGRC continuamente.

 

Vale lembrar que o nível de segurança é produto direto da integração entre os recursos humanos (funcionários, prestadores de serviços e visitantes), recursos tecnológicos (câmeras, alarmes, equipamentos de controle de acesso e de monitoramento) e o fiel cumprimento das normas e procedimentos existentes. O componente mais vulnerável desse sistema é o recurso humano, portanto é aquele que precisa de mais atenção, metodologia e persistência para assimilar e praticar um comportamento seguro preventivo para se viver "com domínio" da situação em um ambiente coletivo, onde a segurança de um depende do outro.

 

É por isso também que, além de se contar com um vigilante profissional, é fundamental a reciclagem do seu treinamento. Ele é vital para se alcançar o resultado desejado em qualquer atividade, por mais simples que seja a tecnologia empregada. O treinamento deve ser preventivo e não no momento do incidente. E quando se tem um vigilante à disposição (e bem treinado), o mesmo pode tomar ações para inibir e coibir alguma ação delituosa identificada por sistemas eletrônicos de segurança, contando com amparo da lei, o que não se aplica se a pessoa for vigia ou porteiro, pois suas profissões não são reconhecidas pela Polícia Federal para prática de segurança privada, conforme lei 7.102/83.

 

São por esses motivos que correr atrás de mudanças após o assalto ocorrido provavelmente não substituirá os prejuízos causados, mas evitará que eles aconteçam novamente ou em igual gravidade. A prevenção é e sempre será a melhor proteção.

 

* Erasmo Prioste é diretor comercial da Security Vigilância Patrimonial, graduado em engenharia, MBA em Gestão de Riscos Corporativos e especialista em segurança de patrimônio.

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